“Videodrome” é um filme dos anos 80 de horror e ficção cientifica que contem alguma violência, James Woods e cassetes Betamax. Acima disso tudo, o filme transmite uma mensagem forte de perversão nas fontes da mídia, os seus perigos para a psique humana e como é usada para manipular as massas. Este artigo vai analisar o significado do filme “Videodrome” e como ele revela os aspectos mais escuros da mídia.
Aviso: Este artigo contém spoilers e assuntos perturbadores.
Videodrome é um filme obscuro canadiano sobre um presidentede uma pequena estação de TV por cabo e a sua descoberta de um sinal transmissor de tortura e homicido ao vivo. Á medida que fascínio se transforma em obsessão, e depois em doença física, o filme descreve simbolicamente, de uma maneira extrema e gráfica, o impacto que a perversa mídia tem na psique humana, tal como as forças negras por detrás dela.
A mistura estranha do filme de violência, assuntos tabu e comentário social tornam-no um filme original mas perturbador de se ver. Qualquer criança que visse o filme na altura iria provavelmente ter pesadelos durante dias. Trinta anos, apesar dos efeitos especiais parecerem baratos e fora de data, uma coisa é certa: a mensagem do filme não envelheceu. Na verdade, o significado metafórico por detrás das cenas depravadas é real, relevante e chocante como sempre foram, o que explica porque o filme continua a ser um clássico de culto.
Videodrome foi produzido em 1983, mas ninguém pode negar que estava á frente do seu tempo, por décadas. Previu com sucesso o crescimento do controle das massas por forças obscuras, a vinda dos reality-shows e a propagação, por vários meios como a internet, de todo o tipo de filmes obscuros e desconhecidos.
Enquanto alguns entendem o filme como uma crítica aos efeitos da mídia popular, alguns dizem que é nada mais que uma manifestação da elite para revelar como tudo funciona.
“Este escritor submete uma parte da corrente “Revelação do Método”, a criptocracia recentemente liberou uma espécie de manifestação de Rosacruzes, revelando precisamente o que a televisão nos está a fazer e como estão planejando o futuro do império de vídeo. O nome dessa manifestação é Videodrome, dirigida pelo canadiano David Cronenberg cujo outros trabalhos incluem dois filmes sobre assassinos psíquicos, Scanners, que inclui a “paródia” da cabeça de Kennedy a explodir e Dead Zone”. - Michael A. Hoffman, Sociedades Secretas e Guerra psicológica
Vamos olhar para o enredo do filme e como se relaciona com o contexto dos dias de hoje.
Descobrindo o Videodrome
Max Renn é o presidente da CIVIC-TV, uma dessas estações de televisão cretinas que se especializam em programações de baixa qualidade como programas “soft” para adultos e filmes violentos. Ele está convencido que o público está esfomeado por programas mais extremos e que a sua estação deve trazer isso para os seus espectadores.
Durante uma entrevista na TV, Max Renn diz que a televisão atua como uma catárse, significando que é uma saída saudável para as nossas necessidades violentas e sexuais. Ele depressa descobre ele próprio que essa teoria é completamente falsa
Renn está á procura de algo novo e excitante para propor a seus espectadores. Para fazê-lo, ele tem um contato secreto: Um pirata da TV chamado Harlan que consegue interceptar sinais por satélite pelo mundo inteiro. O pirata mostra-lhe um programa de televisão que vai mudar a sua vida.
Harlan mostra a Renn um sinal de televisão transmitindo nada mais que tortura ultra-realista, abuso sexual e homicidio feito por indivíduos de máscara. Renn acredita que é tudo encenado e que é exatamente o que a sua estação precisa
Renn descobre mais tarde que nada no Videodrome é encenado e que são realmente, filmagens “snuff”, que são vídeos verdadeiros de atos violentos.
No “mundo real”, o conceito de filmes “snuff” são tabus e controversos. No entanto, alguns investigadores exposeram a existência de redes underground distribuindo filmes desses em organizações de elite. Tudo desde rituais de sangue até abuso envolvendo escravos de controle mental e menores é distribuída e consumida por círculos hierárquicos altos operando acima da lei. Além disso, crimes de alto perfil que contenham aspectos ritualísticos são ás vezes gravados e vendidos a alto preço.
“Alguns dos assassinatos de Filho de Sam foram gravavos por membros de cultos e cópias requerem grandes preços em dinheiro, drogas e outros confortos no circuito de filmes snuff” - Michael A. Hoffman, Sociedades Secretas e Guerra Psicológica
As massas são apresentadas e dessensibilizadas ao gosto da elite pela violência e perversão através da mídia popular.
“Nada deste conteúdo deverá ser demasiado chocante para qualquer espectador americano já que uma versão deste processo pode ser vista nessas antevisões de verdadeiros homícidios e outros horrores na televisão, nas “notícias” e em “especiais”, mesmo no Videodrome. Vídeos snuff simulados estão já disponíveis em muitas lojas de aluguer de vídeo da vizinhança. Redes de televisão por cabo transmitem o maior grau de voyeurismo brutal.” – Idem
No filme, Max Renn representa de certa forma as massas. Embora ele saiba que Videodrome não seja o programa mais correto na televisão, ele continua atraído irresistivelmente ao seu material gráfico. Fascinação com sangue e luxúria são um reflexo primal e instintivo que tem sido usado como ferramenta de controle e apanhar atenção desde tempos ancestrais (os Circos e Jogos de Gladiadores do Império Romano). Continuando, quando não há objeções morais envolvidas, alguns estão dispostos a serem expostos para ações verdadeiramente malvadas e depravadas para satisfazerem um desejo que se torna numa obsessão.
No filme, Nicki, a mulher que Max está namorando, e fica sexualmente excitada pela violência em Videodrome. Submetendo-se completamente ao chamado dos seus impulsos mais básicos, o casal fica “ocupado” enquanto observam um homem sendo torturado. Enquanto que sangue e lúxuria sejam instintos primitivos que existem para assegurar sobrevivência, vemos aqui que eles foram deturpados e distorcidos pela mídia para manipular mentes fracas.
Ver Videodrome começa rapidamente a ter efeitos negativos em Renn. O seu interesse pelo programa rapidamente se transforma em obsessão. A cassete que ele usa para entretenimento começa a consumi-lo.
A obsessão de Max com Videodrome causa um desfoque entre a realidade e ficção. Aqui, a TV ganha vida e chama-o, literalmente
Max começa a ter alucinações intensas. Ele não vê a diferença entre televisão e realidade. Ele depressa descobre que Videodrome não é só “entretenimento”.
Mais que um Programa de TV
Enquanto pesquisa a origem de Videodrome para poder transmiti-lo na estação de televisão, Renn aprende que é muito mais que um programa de TV. Um de seus amigos diz que o que se passa em Videodrome não é teatro e que quem está por detrás de tudo é perigoso e poderoso.
Apesar do programa parecer apenas sobre violência, há muito mais além disso. O amigo de Max diz-lhe:
“Tem algo que você não tem, Max. Tem uma filosofia. E é isso que o torna perigoso”.
Este conceito é bastante real na mídia. Apesar da maioria das pessoas não viver de acordo com uma certa filosofia e não pensarem muito sobre o que vêem na TV, aqueles no poder e que controlam as transmissões estão muitas vezes motivados por razões políticas e filosóficas.
Isto resulta na comunicação de propaganda a pessoas que nem sabem que estão a ver propaganda.
O homem por detrás de Videodrome é o Professor Max Oblivion, que apenas comunica através dos ecrãs de TV.
“A batalha pela mente da América do Norte será feita na arena de vídeo. O Videodrome. O ecrã da televisão é a retina do olho da mente. Sendo assim, o ecrã da televisão é parte de uma estrutura física do cérebro. Então, qualquer coisa que apareça no ecrã emerge como uma experiência crua para aqueles que estão vendo. Televisão é realidade. E realidade é menos que a televisão.”
Oblivion é um idealista convencido de que a tecnologia, particularmente a televisão, ajudaria a humanidade a obter um futuro melhor. Ele gere a “Missão Cathode Ray”, um asilo de pobres que providencia uma “dose saudável” de televisão para aqueles que não podem comprar.
O escritório de Oblivion está cheio de itens relacionados com religião e filosofia. Ele acredita que a mídia popular pode trazer quase uma salvação espiritual e prometer vida eterna através da televisão
Tal como na vida real, o sonho altruísta de Oblivion foi tomado por pessoas de negócios. Ele é morto por uma organização obscura mas poderosa que quer usar o Videodrome para controlar e manipular as massas. Max descobre quem eles são.
A organização trabalha através de uma companhia falsa chamada Spectacular Optical. O logotipo com o olho e o slogan sinistro “Mantendo um olho no mundo” é bastante á Illuminati
Quando Renn descobre a Spectacular Optical, é-lhe mostrado um vídeo introdutório que descreve a organização como “uma corporação de cidadãos entusiastas que produz óculos baratos para o Terceiro Mundo e sistema de guiança de misséis para a NATO”. Em outras palavras, é o tipo de mega-corporação que seria parte da elite global do nosso mundo. Spectacular Optical também faz Videodrome.
O presidente da Spectacular Optical, Barry Convex, diz a Max que Videodrome é extremo porque exposição a violência afeta o sistema nervoso e “abre receptores no cérebro e na espinha que permitem ao sinal de Videodrome penetrar” – e baralhar as mentes das pessoas. Dá pra imaginar se não existe alguma verdade fatual nessa teoria: Será que sexo e violência criam uma resposta primal nos nossos corpos que nos deixa mais receptivos a outras mensagens e sinais? Mesmo que hajam estudos sérios neste campo, é pouco provável que fossem divulgados para o público.
Max então aprende que ele foi seduzido de propósito a ver Videodrome porque a S.O. precisa possuir a sua estação de TV para poder transmitir para as massas. Para isso, Max será usado como um escravo mentalmente controlado para matar os seus parceiros e entregar o Canal 83 á S.O.
Quando o Programa programa VocêEmbora Max perceba que se passa algo estranho, a sua exposição ao Videodrome deixou completamente impotente e á mercê daqueles transmitindo o sinal. O filme ilustra de maneira bastante gráfica como os indivíduos podem ser facilmente lavados cerebralmente e controlados pela mídia popular.
O presidente da S.O. empurra literalmente uma cassete para dentro de Max para poder programar a sua mente e controlar as suas ações. Esta é uma maneira muito gráfica de representar como a mídia controlada pela elite programa seus espectadores, figurativamente inserindo uma cassete nas pessoas para ter as suas mensagens e agenda aceitas
Controlado pela cassete, Renn entra no escritório da sua estação de TV e livra-se de seus parceiros. Ele então é ordenado a eliminar Bianca Oblivion, a filha do Professor Oblivion. Lá, ele é impedido e Bianca usa um ecrã de TV para “desprogramá-lo”. No entanto ele é rapidamente programado outra vez para matar Barry Convex, presidente da S.O. Max tornou-se num objeto vazio que pode ser programado e reprogramado á vontade.
A TV de Bianca aponta de volta a Max a arma que ele está agarrando. A mídia então tornou-se um reflexo dele, e ele um reflexo da mídia. A TV então dispara contra Max que lhe permite ser livre do cassete de Videodrome e “renascer” quase de uma maneira religiosa. O novo mantra de Max é “Morte a Videodrome, Viva a Nova Carne”
Max prepara-se para eliminar Barry Convex, que está num show de óticas para óculos de ler. O tema do show é de Medici, dinastica política influente em Florença, hospedando a família real do Século 14. Esta escolha de tema é interessante considerando o fato que a S.O. pode ser facilmente relacionado com a elite de culto a que chamamos de Illuminati.
A família de Medici pode ser vista como um protóipo das linhagens sanguíneas atuais dos Illuminati, já que tinham um enorme monopólio nos assuntos monetários, culturais e até religiosos dos seus subordinados (a família criou quatro papas). De um ponto de vista oculto os trabalhos clássicos de ensinamentos de Mística traduzidos por de Medici (tal como o Corpus Hermeticum) são muitas vezes creditados por terem ressucistado o hermeticismo, a Kabala e o Gnósticismo na Europa – todos ensinamentos básicos das sociedades secretas de hoje. O tema do show pode então associar a S.O. com a elite oculta.
O palco para o show contém duas citações: “Os olhos são a janela da alma” e “Amor entra pelos olhos”. Considerando que esta organização controla pessoas por fazê-las ver atos de crueldade, estas citações contém um significado perturbador. Claro que língua dupla é a especialidade da elite
Quando Renn dispara em Convex, descobrimos que ele é uma espécie de monstro ou alien, que de certa forma lembra o filme Eles Vivem.
Tonto e Confuso
Depois de executar o homícidio, Renn esconde-se num local abandonado. Ele mais uma vez encontra-se a ele próprio numa TV que fala com ele. Diz-lhe que “morte não é o fim” e que o pode “ajudar”. Está propondo vida eterna atráves de aparições na televisão? Max então diz á TV o que muita gente inconscientemente sente.
“Não sei onde estou agora. Estou tendo problemas encontrando o meu caminho”.
A sua exposição ao Videodrome (mídia popular) causou perda de seus pensamentos e até sua vontade própria. A TV, que usa a imagem de Nicki para seduzi-lo, responde:
“Videodrome ainda existe. É grande e complexo. Você magoou-os mas ainda não os destruiu. Para o fazer, você tem de ir á proxima fase”.
A TV então diz-lhe que ele tem de “ir até ao fim” e tornar-se a Nova Carne. Para isso ele tem de se matar. Podemos ver aqui como a mídia pode ser uma força manipulativa, usando sedução e retórica para influenciar comportamentos, mesmo que envolva dar um tiro na própria cabeça. Então a TV diz: “Eu lhe mostro”.
Logo depois, Max imita o que viu na TV, diz “Viva a Nova Carne” e dá um tiro na cabeça...e o filme acaba nesse tom sinistro.
Será que Max “completou a transformação” e tornou-se a Nova Carne? Provavelmente não. Tal como quase tudo o que é dito na TV, toda esta história da Nova Carne era provável ser um monte de besteira usada para manipular a sua mente confusa e levá-lo ao suicídio. Ao matar Convex, Max tornou-se um inimigo de Videodrome e tal como todos os escravos mentalmente controlados, foi empurrado para o modo de “auto-destruição” assim que parou de ser útil para a organização.
Numa escala maior, o final do filme transmite uma mensagem forte sobre a influência da mídia no mundo. Será que influencia diretamente os pensamentos e ações das pessoas, mesmo que vão contra seus interesses? O filme diz que sim.
Conclusão
Enquanto que a premisa de Videodrome é de ficção cientifica exagerada, a sua mensagem escondida é ainda mais verdadeira hoje do que em 1983 quando o filme foi lançado. Com o advento de novas tecnologias como a internet e dispositivos móveis, estamos hoje em dia, mais do que nunca, cercados de sinais do verdadeiro Videodrome que é a mídia. As suas imagens e mensagens podem agora chegar a nós em inúmeras maneiras, seguindo-nos por todo o lado. Mesmo que não sejam tão óbvias e extremas como as do filme, a mídia popular de hoje em dia ainda aponta para esses dois impulsos primais que são dificeis de ignorar: sede de sangue e reprodução. Estes dois instintos foram codificados no nosso DNA que agora são pontos fracos que podem ser ativados com o estímulo certo, causando reações poderosas e imediatas. Á medida que as pessoas ficam dessensibilizadas por imagens sexuais e violentas, a mídia continua a empurrar mais métodos depravados e perversos de capturar o espectador.
Enquanto que mostrar o tornozelo de uma mulher trouxe controvérsia umas décadas atrás, os utilizadores da internet hoje em dia continuam a exigir mais para se entusiasmarem. Como Max diz no filme “Eles precisam de algo bruto”. Quanto tempo será preciso até verdadeiros filmes “snuff” tornarem-se aceitos para consumo das massas? Alguns dizem que já estamos a ser apresentados ao mundo depravado dos Illuminati já que muito material snuff já existe na mídia e nós nem nos percebemos.
No entanto, como o filme diz, sangue e luxúria não são os objetivos finais mas só um veículo para comunicar o aspecto mais importante disso: a mensagem. É sobre isso que se trata. É sobre materialismo, superficialidade, sexualização de tudo, a destruição dos valores de família e muito mais. Todos os artigos aqui mostram que por detrás dos sinos, dos assobios da sedução e da atração, existe uma mensagem a ser transmitida – uma vez que serve os interesses da elite. Vendo Lady Gaga num vídeo musical de biquíni e a chicotear um homem (que estranhamente lembra uma cena de Videodrome) é uma boa maneira de apanhar a atenção mas como vimos noutros artigos, existem muitas mensagens a serem transmitidas. O sinal de Videodrome que causa tudo de alucinações a tumores cerebrais é o constante condicionamento que é exercido pela mídia para obrigar o mundo a aceitar uma visão especifica do mundo – que é falsa como uma alucinação.
No Videodrome dos Illuminati, as massas são constantemente expostas a valores que precisam ser aceitos, a condição mental que precisa ser adotada e o simbolismo que precisa ser abraçado. Desde mega-rituais disfarçados de eventos do momento a propaganda disfarçada de entretenimento, os espectadores da TV encontram-se como Max Renn, com cassetes inseridos na barriga. Não quer que a sua mente fique como a de Max? Remova a cassete, atire-a no lixo e pense por si.
Fonte: VigilantCitizen