“Acautelai-vos quanto aos falsos profetas. Eles se aproximam de vós disfarçados de ovelhas, mas no seu íntimo são como lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. É possível alguém colher uvas de um espinheiro ou figos das ervas daninhas?” Mateus 7.15-16
Marília Camargo César é uma jornalista evangélica que resolveu denunciar as barbaridades que são ditas e realizadas em nome de Deus. Ela conta algumas histórias de abuso de poder da classe clerical, que usa alguns recursos para manipular a massa a fim de suprir e satisfazer seu ego.
Usam coincidentemente ou inconscientemente artifícios da psicologia ou outro tipo de ciência para criar verdadeiros dependentes de igrejas e de seus “sumos-sacerdotes”. Tais líderes, para segurar as ovelhas e conseguir extorqui-las de toda as formas, apelam por fazerem-nas sentir culpadas, amedrontadas e estimulam a ganância vendendo a visão de que a relação com Deus é utilitarista, uma via de mão dupla.
Algumas frases típicas como: “Você não está dentro da visão de Deus”, “Seus pecados são a causa desta vida amarrada” são usadas de maneira genérica sem uma real, individual e minuciosa análise da situação financeira, emocional e até espiritual da pessoa que ouve estas afirmações da boca de seus líderes eclesiásticos. Esse é um dos fatores que as impedem de ter qualidade de vida, perder seu pouco tempo que lhes resta em família para simplesmente tentar remover a pseudo-culpa, o mau-olhado, o trabalho de macumbaria dos quais eles precisam sempre se libertar.
Quando do púlpito ouvem-se pastores colocando-se num lugar alto na categoria espiritual, arvorando para si o título ou a ideia de possuir uma espiritualidade sobrenatural, inigualável e inatingível pelo leigo ou usando a Bíblia para difundir um medo sem temor, ele transforma o Cristianismo numa religião “animista” que aprisiona as pessoas nas suas igrejas para conseguir com sua oratória enganá-las e encarcerá-las emocionalmente.
É importante entender e delimitar o papel do pastor na vida espiritual das pessoas. Pois, estes por má fé ou sem a real intenção de fazer o mal, pode se colocar sobre nós como uma espécie de sumo sacerdote.
O pastor é nosso mentor espiritual e ele em nada pode interferir na nossa relação com Deus, na verdade quem faz o papel de intermediário entre nós e Deus é Cristo e não o pastor.
Os líderes eclesiásticos devem tomar a consciência de que trabalha diretamente com pessoas e que em suas relações a sua postura desvirtuada pode ter uma dimensão e proporção com resultados catastróficos. O guia espiritual não pode se posicionar como um Ditador Espiritual, mas deve se portar humildemente como um porta-voz daquele que é nosso Senhor e Salvador. Ao usar a Bíblia ele não pode manipula-la para fazê-la dizer o que ele quer que ela diga, é preciso muita cautela, discernimento e sabedoria, para falar de Deus ou por Deus sem deturpar a Verdade Absoluta.
Pastor que assume a sua humanidade, não se coloca em uma posição de glória, e têm a propensão de não ferir a igreja com excentricidades advindas da posição de líder.
A suma é que há igrejas doentes e adoecem seus pastores, há pastores doentes que adoecem as igrejas, contudo é importante ressaltar que esta questão de líder e liderado, pastor e ovelha é uma prescrição Bíblica e que não pode cair no descredito. O que devemos abandonar é a visão primitiva que nossos líderes são santos e imaculados e que a igreja é constituída de pessoas perfeitas.
Toda forma de extremismo cega o homem e o transforma num louco em busca daquilo que é vazio, e este, faz o que é preciso para conquistar o que deseja. O triste é que quando se tratam destes pseudos-pastores eles fazem de tudo para conquistar o que querem, usando até o nome de Deus. Sim, eles usam a fé, mancham o nome da Igreja, pervertem a imagem pastoral e abrem muitas feridas sem possuírem os recursos e os remédios para tratar. “Eles se aproximam de vós disfarçados de ovelhas, mas no seu íntimo são como lobos devoradores.” Por isso, há muitos feridos em nome de ‘deus’.
Fonte: Blog da Igreja Presbiteriana do Guará
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