A traição masculina tem como eixo a entrega
sexual e não a entrega sentimental. O homem trai porque quer o sexo em si. A mulher trai porque quer experimentar sentimentos intensos.

A fêmea humana é essencialmente traidora no amor(1): solicita incessantemente que o macho se entregue mas, simultaneamente, considera aqueles que o fazem débeis e desinteressantes, traindo-os com outros mais fortes, que não as amam(2).

Esta essência amorosa traidora se origina da necessidade de testar o valor masculino e da duplicidade de seu desejo(3). As solicitações de entrega, bem como as recriminações e os jogos de ciúmes, visam testar a qualidade do reprodutor e protetor de sua prole. Sua intenção é verificar o quanto o homem está seguro de si, de sua força e de seu valor.

As mulheres costumam nos testar simulando estarem decepcionadas conosco, tratando-nos como se fôssemos pirralhos, moleques culpados por travessuras condenáveis, com o intuito de ativar em nossa mente lembranças da infância e, deste modo, nos forçar a vê-las como mães severas. Também é comum que ataquem nossos pontos de vista e concepções, muitas vezes qualificando-os de infantis, visando abalar nosso moral para que duvidemos do nosso valor. Por meio destes procedimentos irão nos comparar a outros machos e concluirão que somos superiores aos que vacilaram e duvidaram de si mesmos.

Atenções e gentilezas a outros machos são outra modalidade de teste que empregam. Por este caminho, descobrem se nos sentimos inferiores aos outros homens ou não. Se reagirmos com ciúmes, concluem que somos débeis e isto lhes mostrará duas coisas:

A) que acreditamos que o outro pode fasciná-la mais do que nós;

B) que temos medo de não encontrar outra fêmea melhor e, portanto, somos incompetentes enquanto homens. Logo, é necessário não termos ciúmes. Mas isso não será possível enquanto sentirmos amor passional. Por este motivo, e somente por isto, devemos

evitar totalmente o amor e o apaixonamento. Tais sentimentos são debilitantes e tornam o homem desinteressante, ainda que seja dito o contrário.

Os bons são vistos como débeis e inseguros. Infelizmente, as mulheres amam os homens maus e fortes, sem amor e sem sentimentos(4), porque são justamente estes que lhes transmitem a segurança que precisam (ou pelo menos é isso o que elas sentem, já que é assim que o inconsciente feminino lê tal fato). Elas raciocinam inconscientemente:

“Se eu conseguir atrair a afeição deste demônio, estarei protegida”.

É por isto que os mafiosos e poderosos possuem tantas mulheres. O inconsciente feminino é irresistivelmente atraído pelo poder e pela maldade(5) como as mariposas são atraídas à luz. É claro que estes caras não as tratam mal; são absolutamente fingidos e carinhosos. Prometem-lhes o céu sem nunca lhes darem e excitam-lhes a imaginação. E temperam a relação com o medo. Ainda assim, a mulher normalmente não receia o homem temível, pois confia em seu poder de manipulá-lo:

“Uma frágil mulher pode facilmente dominar um assassino musculoso através da sedução sexual, fato que é notório a todos.”
É por isso que aos temíveis é oferecido o amor:
Haja valentia em vosso amor! Com a arma de vosso amor deveis afrontar aquele que vos inspire medo.

Instintivamente, elas pressentem que o homem temível constituirá um bom protetor se for dominado por meio da sedução. Escreveu

“Se os anjos foram também mulheres, como os representa o misticismo moderno, Jeová agiu como um pai bastante prudente e bastante sábio quando pôs Satã à porta do céu. Uma grande decepção para o amor próprio das mulheres honradas é surpreender como bom e irrepreensível, no âmago, o homem pelo qual haviam se apaixonado, quando o tinham considerado como um bandido. O anjo abandona então o bom homem com desprezo, dizendo-lhe: ‘tu não és o Diabo!’ Disfarça pois, de Diabo, o mais perfeitamente possível, tu que queres seduzir um anjo. Nada se permite a um homem virtuoso. ‘Por quem, afinal, este homem nos toma?’ – dizem as mulheres – ‘Acredita, será, que temos menos moralidade do que ele?’ Tudo se perdoa, contudo, a um libertino.

‘Que queres esperar de melhor de um tal ser?’ O papel do homem dos grandes princípios e caráter inatacável só pode constituir um poder com mulheres que jamais tiveram necessidade de serem seduzidas [as desesperadas que os homens rejeitam]; todas as demais, sem exceção, adoram os homens maus.” (p. 337).

Infelizmente, a experiência tem confirmado isso muitas vezes até o presente. Espero um dia confirmar o contrário.

Não estou louvando o comportamento dos malvados mas apenas apontando algumas características de suas personalidades que fazem falta ao homem bom, domesticado e civilizado. Ser mau é tão insensato e autodestrutivo quanto ser bom (NIETZSCHE, 1886/1998). A solução não é ser um monstro real mas, parafraseando Eliphas Lévi (1855/2001), nos disfarçarmos de feras o mais perfeitamente possível para seduzirmos esses seres angelicais.

Se você acha que basta ser bonzinho para ser
amado mude de idéia. Caso contrário, o inferno
em vida irá te esperar.

Se for verdadeiramente malvado, terá muitos problemas e uma vida curta. Esteja além do bem e do mal. Extraia o bem que há no mal e o tome para si. Retire o mal que há no bem e jogue-o fora.

As torturas psicológicas visam testar e selecionar o melhor reprodutor e protetor da prole, mesmo no caso daquelas que insistem em dizer que não querem casar. O mais destemido, cruel e insensível(6) é o eleito.Aqueles que temem perder a companheira, que se apressam em agradá-la e se submetem aos seus caprichos são considerados imprestáveis para o sexo por serem emocionalmente débeis e, caso não sejam descartados imediatamente, são marcados para desempenharem a mera função de provedores ou escravos emocionais.
Quanto mais você a pressionar para te amar, dar sexo e ficar ao seu lado, mais repulsivo será. É que a dinâmica da mulher é regida pelo seguinte princípio: seus amores são dirigidos apenas àqueles que delas não necessitam, de preferência em nenhum sentido, pois querem os melhores genes. Quanto mais você correr atrás, pior será.

Quando a fêmea humana descobre um macho que dela não necessita, seu inconsciente trabalha a idéia de que este é muito bom, muito valoroso e forte, que deve ter muitas mulheres lindas disponíveis etc. Então o desejará mas a coisa não termina por aí. O cara será testado.

Somente os durões e insensíveis é que passam nestes testes infernais. A chave para tanto é não sentir nada, não amar, não estar apaixonado. Então, os testes nos parecerão absolutamente ridículos e não nos afetarão. A mulher irá embora, esperará alguns dias e voltará em seguida. Ficará sem te telefonar por muito tempo e por fim cederá.Recusará o sexo até o limite extremo para em seguida lançar-se nua sobre você, devorando-o. Se oferecerá insistentemente, não por ternura, como você gostaria, mas sim porque se sentirá excitada sem entender o motivo. E você nunca deve dizê-lo, obviamente.

Quanto mais estreita for a relação do casal, mais terríveis serão os infernos mentais e mais promissoras serão as oportunidades de treinamento interno. Se você vencer a diabinha com quem vive, será mais fácil vencer as outras que cruzarem seu caminho no futuro.

Devido a um certo ressentimento inconsciente contra os machos(7), as insinceras poderão “atormentá-los” sem piedade, a menos que sejam dominadas(8)severamente. As estratégias de “tormento” (o amor sádico de Erich Fromm) são sutis e difíceis de detectar mas se baseiam normalmente no mesmo elemento: a submissão pela paixão oriunda da necessidade de carinho. Resista ao encanto da fragilidade e serás imbatível.

Não se deixe atingir por choros, gritos, recriminações e reprovações contra suas atitudes: tais manifestações visam fazê-lo duvidar do valor e da legitimidade de seus pontos de vista com o intuito de testar a categoria de macho que você é.

Não somente nossa força emocional mas também nossa inteligência é testada por meio de argumentos falaciosos e ingênuos que servem para encobertar atitudes excusas e joguinhos.

NOTAS:

(1)Assim como o macho, porém sob outra forma. Refiro-me aqui ao caráter traiçoeiro contido no ato de exigir amor pretendendo não dá-lo em troca . Convém lembrar mais uma vez que tratamos de características das quais a maioria das mulheres não demonstram estarem conscientes.

(2) Na traição masculina, é muito menos freqüente esta solicitação incessante da entrega dos sentimentos seguida por abandono e desinteresse. A traição masculina tem como eixo a entrega sexual e não a entrega sentimental. O homem trai porque quer o sexo em si. A mulher trai porque quer experimentar sentimentos intensos.
(3) O desejo feminino tem duas faces. Uma face corresponde ao desejo de ser fecundada pelo portador dos melhores genes, isto é, ter sexo. A outra face corresponde a ser preservada contra tudo o que seja desagradável e, de modo geral , perigoso. Neste segundo caso, o desejo é o de ser protegida, ter um provedor, um escravo emocional etc. Ao homem será destinado um ou outro papel conforme seu perfil e conduta.

“Para atingir seus objetivos, o sedutor não pode ter sentimentos sinceros, precisa sempre fingir.” (p. 167)

E acrescenta:

“Os homens não compreendem, em geral, porque as mulheres se sentem tão atraídas pelos salafrários, porque são tão intolerantes com eles e tão indulgentes com o grande sedutor.” (p. 74).

(5) Defendo a hipótese de que tal tendência se deve à uma percepção invertida da realidade que as leva a confundir o bem com o mal e o certo com o errado. O julgamento fica obscurecido pela invasão dos instintos e sentimentos que são manipulados, principalmente pela mídia, o principal inversor de valores chama-se gnosticismo, lançado ocultamente na mídia de massa.

(6) Até mesmo a maldade da crueldade e da insensibilidade são relativas, já que esses atributos podem ser direcionados para combater o mal. Aí está a origem do critério seletivo invertido que rege de forma confusa a mente feminina. Elas sabem por instinto, e não pelo raciocínio, que tais características podem ser utilizadas em seu favor mas não se deixam frear pelo fato de que, ao mesmo tempo, podem também lhes ser prejudicial em alto grau.

(7) É um ódio cujas origens se vinculam a experiências desagradáveis com o masculino ao longo da vida, principalmente na infância. Não descarto a hipótese de ser um traço arquetípico ativado a partir do contato com o pai. Se o mesmo não existisse como possibilidade latente anterior à manifestação, não surgiria na psique feminina.

(8) Vide notas anteriores sobre o domínio. fonte apocalink