Segundo uma matéria publicada em 2013 na revista britânica The Economist, o Brasil é o país com a maior população de pessoas viciadas em crack, com estimativas de mais de um milhão de pessoas dominadas por essa droga. É apenas um entre vários vícios que afligem pessoas e destroem vidas e famílias.

Uma alta porcentagem dos viciados inicia seus hábitos na juventude, muitos começando ainda como crianças pequenas. Dados publicados pelo Ministério de Saúde em 2012 dizem que dois terços dos jovens entre 13 e 15 anos de idade já experimentaram bebidas alcoólicas. E se, em uma sociedade que geralmente aceita a bebida como normal, essa estatística pareça insignificante, vale acrescentar mais um dado: uma pesquisa do Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas identifica o álcool como porta de entrada para 37% dos dependentes químicos.

Ingerir álcool ou outras drogas não é a única maneira de se viciar. Todos nós conhecemos pessoas que acham impossível viver sem cigarros, e outras dominadas pela pornografia ou seus apetites sexuais. Outros se tornam viciados em violência, ainda outros em jogos de azar. A lista de vícios é grande, e seus efeitos esmagadores, inegáveis.
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Pais que se preocupam com o bem dos seus filhos procuram prepará-los para enfrentar as abundantes tentações que podem os levar à escravidão destruidora dos vícios. Somente os mais ingênuos dos pais achariam possível proteger seus filhos de contato com tais tentações. Enquanto é prudente agir para minimizar esses riscos, é indispensável o ensinamento para equipar os filhos a se defenderem no mundo que oferece gratificação instantânea de todo tipo de desejo.

A Bíblia, cujos últimos capítulos foram escritos há mais de 1.900 anos, obviamente não cita por nome muitas das drogas utilizadas hoje. Há muitas advertências sobre a bebida alcoólica, desde a condenação da embriaguez aos avisos sobre a ingestão em quantidades menores (alguns exemplos: Gálatas 5:21; 1 Pedro 4:3; Provérbios 23:29-35). Mas mesmo não citando outras drogas ou outros tipos de vício, o Novo Testamento nos chama a demonstrar o domínio próprio (Gálatas 5:23; 2 Pedro 1:6). Quando nós nos entregamos a vícios, perdemos o autodomínio que caracteriza o servo do Senhor, transformado por Jesus Cristo. O apóstolo Paulo escreveu: “sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos... Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros, a Deus, como instrumentos de justiça” (Romanos 6:6,12,13).

Quem se torna escravo do pecado caminha para a morte: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Romanos 8:5-8).

Pais de filhos viciados naturalmente procuram ajudá-los a se livrarem dos seus hábitos destrutivos. Mas qualquer pessoa que conhece as consequências práticas dos vícios e o poder que exercem na vida do viciado sabe que a prevenção é importante e mais fácil. Por esses motivos, os pais devem instruir os filhos de várias maneiras: (1) Seu exemplo. Alguns pais oferecem bebidas e outras drogas para seus filhos, e muitos outros oferecem um exemplo do uso dessas substâncias que serve para incentivar seu uso. (2) O ensino de bons hábitos. Evitamos comportamentos carnais e viciantes pela prática de atividades espirituais e edificantes (Efésios 5:18-21). (3) O ensino honesto e realista sobre as consequências dos vícios. Essa é a abordagem usada em Provérbios 23:29-35 e outras passagens. Exemplos negativos práticos, que são muito comuns, servem para reforçar o ensinamento positivo e o bom exemplo dos pais.

Pais, façam de tudo para ajudar seus filhos a viverem livres de vícios para evitarem suas graves consequências nesta vida e na eternidade.

-por Dennis Allan