Após escrever conselhos às esposas, aos maridos e, por fim, a todos os cristãos, Pedro trata de outro assunto a partir do versículo 13. “Ora, quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem?”
O mundo, mesmo cheio de injustiças, normalmente respeita pessoas que praticam o bem e que, por exemplo, atuam na assistência social. Por isso os cristãos não deveriam apenas demonstrar sua face piedosa, mas também mostrar as ações com as quais eles honram a Deus, ajudam as pessoas e são reconhecidos pelas pessoas do mundo.
Estudo Bíblico sobre fé- Atitude espiritual em meio ao sofrimento: parte 1 (3.13-17)
Como imitadores daquele que é bom, identificamo-nos como propriedade do Único que é bom – Deus. Nesse sentido, Jesus certa vez declarou: “Por que você me chama de bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus” (Marcos 10.18).
No versículo 14, lemos: “Mas, mesmo que venham a sofrer por causa da justiça, vocês são bem-aventurados.
Não tenham medo das ameaças, nem fiquem angustiados”.
Não temos medo das pessoas porque nosso medo é o temor diante de Deus.
Este versículo está em contradição ao anterior, pois com ele Pedro deseja demonstrar que não o mundo nem sempre demonstrará consideração com o cristão que pratica o bem.
Também pode acontecer algo diferente.
No entanto, alguém que sofre porque age corretamente – de acordo com os padrões de Deus – não deve se desesperar, mas se apropriar da promessa da bem-aventurança.
Não temos medo das pessoas porque nosso medo é o temor diante de Deus.
Na verdade, sofrer por causa de injustiças é um privilégio, pois assim andamos nas pegadas de Jesus.
Quem sofre por praticar o mal não tem nenhum privilégio, mas apenas merece as consequências para os seus atos.
No entanto, quem sofre por praticar o bem, sofre injustiça por amor a Jesus.
É a isso que Pedro se refere no versículo 17.
Pedro sabia do que estava falando, pois ele mesmo havia experimentado a “felicidade” de ter sofrido pelo reino de Deus: “E eles [os apóstolos] se retiraram do Sinédrio muito alegres por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” (Atos 5.41).
Cristãos não triunfam quando têm êxito ao contestar, possuem respostas prontas ou praticam a compensação, mas quando suportam sofrimento(s) por amor a Jesus, não precisando se envergonhar por isso.
Jesus já havia dito: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mateus 5.10).
O Império Romano comemorava o triunfo de seus heróis.
Eles voltavam com pompas para Roma e eram honrados porque haviam subjugado outros reinos ou povos com violência.
No reino de Deus, o caso é diferente, pois ali são honrados aqueles que suportaram sofrimentos por amor a Jesus e, desse modo, tornaram-se vitoriosos.