Quem observa a Criação com a mente aguçada descobre uma infinidade de espécies nos mares e nas florestas, descobre a imensa diversidade da flora e da fauna, descobre os espaços profundos do Cosmos...
Um livro sobre insetos esclarece justamente isso. Käfer und andere Kerbtiere (Besouros e outros Insetos), contendo desenhos de Bernard Durin (1940-1988) é um deleite para os olhos. Com sua habilidade praticamente insuperável, Durin desenhou uma seleção de insetos hexápodes (que têm seis pernas). A coloração, os mínimos detalhes – perfeição técnica, capacidade artística e exatidão científica se mostram neles de maneira belíssima.
Observando esses desenhos – desde o besouro longicórnio à cigarra – o leitor é imediatamente impactado pela diversidade e beleza desses seres vivos. Ele abre seus olhos para seres vivos do cotidiano e que normalmente não observamos, por serem muito pequenos ou talvez por rejeição (insetos nocivos). A beleza desses insetos leva o observador ao fascínio. As figuras proporcionam alegria diante da multiplicidade e beleza das formas bizarras, das cores e combinações. Não raramente elas provocam um sorriso ao observador diante da aparência desses animais. Fica evidente que o Criador, além do Seu poder de criação, também possui senso de humor. Através do olhar a cada um desses fascinantes besouros, Deus proporciona ao homem uma clara noção da Sua existência.
Não somente a maravilhosa constituição desses animais, mas também a conceituação e a fala das pessoas apontam para o fato de terem sido criadas. Não é à toa que se fala em criaturas e seres criados – e não de “obras do acaso” ou “sem-projeto”. Se as pessoas não têm palavras corretas para reconhecer algo casual ou involuntário, isso indica que os seres vivos foram criados e que não surgiram casualmente. Quando a pessoa fala em ser vivo, então ela obviamente o formula de uma maneira partindo do princípio de que esse ser vivo foi criado (criatura, creatio = criação). De onde essa obviedade influencia a definição dessa denominação? Ela ocorre porque, de certa maneira, de fato é autoexplicativa, de que o ser vivo surgiu de modo criativo (isso significa: com poder de criação, inteligência e fantasia): criaturas são seres formados, originárias de uma Criação.
É algo admirável observar como a natureza domina a difícil tarefa de conciliar o luxo (os fantasiosos modelos, cores e formas) e a estratégia de sobrevivência. “A natureza”, dizem os biólogos evolucionistas, “apresenta uma inteligência direcionada e planificada”, o que, no entanto, ela nem poderia ser de acordo com o modelo da Evolução. Com isso eles entendem que a natureza de fato “dominou” uma tarefa difícil – isto é, que ela sabia antecipadamente dos requisitos que seriam necessários para o ser vivo formado e assim o concebeu de acordo (!). Acrescente-se a isso ainda essa inteligência literalmente imprevisível, incontida e infinitamente criativa: a diversidade desses seres hexápodes é tão imensa que mesmo “as extensas enciclopédias não seriam suficientes para documentá-las mesmo apenas aproximadamente ao modo completo”. Entre os especialistas em insetos, os entomologistas, há muita discórdia sobre a quantidade de espécies de insetos que existem. Até hoje, foram descritas entre 1,2 a 1,5 milhão de espécies.
Ao final, o espanto se transforma em admiração e louvor para Aquele que criou tudo isso com sabedoria imensurável. Se Deus já dedica essa transbordante estima criativa ao escaravelho e ao percevejo-escudo, quanto mais nós deveríamos entoar hinos de gratidão? Entoar hinos de gratidão que ecoam através de toda a Bíblia, desde o Gênesis ao Apocalipse? Não deveríamos também, ao vê-Lo em Seu poder de Criador, reconhecê-Lo como o Senhor e Salvador do mundo e que, com nosso retorno para Ele, deseja somente o nosso bem? “Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações” (Apocalipse 15.3).
O mundo criado é um convite para crer e se alegrar reconhecendo essas maravilhas. “Eu te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são maravilhosas! Digo isso com convicção” (Sl 139.14). (Thomas Lachenmaier — factum-magazin.ch)
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Reflexão