A edificação da igreja do Senhor
A igreja que Jesus construiu
Durante o seu ministério público, o nosso Senhor anunciou a sua intenção de construir (edificar) a sua igreja (Mateus 16:15-18). Certamente, ele não pretendia construir uma estrutura tipo catedral (um prédio de “igreja”); ele planejava chamar os pecadores por meio do evangelho para experimentar a salvação pela sua graça (2 Tessalonicenses 2:13-14; Efésios 1:6). Todos aqueles que respondessem ao convite divino seriam “chamados”, ou seja, chamados para sair do mundo. De fato, a palavra grega traduzida como “igreja” no Novo Testamento significa exatamente isto – um grupo de pessoas que foram chamadas para sair. 
Este aspecto do plano de redenção de Deus foi colocado em ação no primeiro dia de Pentecostes depois da morte e ressurreição do Senhor. 


Os apóstolos pregaram a mensagem da salvação, e as pessoas responderam, sendo batizadas em Cristo para o perdão de seus pecados (Atos 2:22-47). Todos que responderam de maneira semelhante nos dias seguintes tornaram-se parte deste grupo de pessoas “chamadas”, conhecido como a igreja.

Muito tempo passou desde os eventos gravados no livro de Atos e muitas coisas aconteceram em relação a história religiosa.

 Ao invés de uma igreja que Jesus estabeleceu, há uma grande multidão de igrejas de todas as variedades. Enquanto existem algumas semelhanças entre estes grupos religiosos, as diferenças entre elas são surpreendentes. 
Elas têm diferentes formas de governo (organização), missões diferentes e formas diferentes de louvor. 




As doutrinas que são ensinadas por todas estas igrejas podem variar muito e há conflito óbvio entre o que uma igreja ensina e o que outra igreja ensina. 
Os nomes diferentes usados pelos grupos religiosos servem apenas para enfatizarem as suas diferenças.
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Há uma indicação clara no Novo Testamento de que Jesus nunca pretendia a situação religiosa atual. Deve ser muito triste para aquele que orou que todos os seus discípulos gozassem da mesma união que ele e seu Pai (João 17:20-23) testemunhar a confusão que existe hoje em dia. É evidente que o Senhor pretendia que a mensagem de salvação não fosse mudada (Gálatas 1:6-9). Obviamente, ele pretendia que os seus discípulos posteriores louvassem da mesma maneira que os primeiros membros da igreja louvavam (veja, por exemplo, 1 Coríntios 11:23-34).

“Mas o mundo de hoje é diferente”. Está certo que vestimos de maneira diferente do que as pessoas do primeiro século no Oriente Médio e que temos tecnologiaavançada, mas a natureza do homem não mudou, nem a sua necessidade pela salvação. Será que nos tornamos sofisticados demais para o tipo de religião que Deus prescreve? Durante os séculos que têm passado desde o estabelecimento da igreja do Senhor, os homens têm deixado a tradição alterar e acrescentar àquilo que é ensinado no evangelho de Cristo. Quem está disposto a amputar tal crescimento cancerígeno e voltar ao cristianismo do Novo Testamento?

Temos o ensinamento dos apóstolos e profetas inspirados no Novo Testamento. Podemos descrever a organização, missão e louvor da igreja primitiva quando lemos as Escrituras. Não só é possível voltar ao ensino e à prática simples de igreja primitiva, como é absolutamente necessário (2 João 9)!


A edificação da igreja do Senhor
Cuidado como você constrói

Procuramos sempre encorajar a construção: a construção do caráter, a construção de lares e a construção de igrejas. Isto reflete uma ênfase indiscutível nas Escrituras.

O Senhor é um construtor. "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam" (Salmo 127:1). Cada indivíduo é um construtor. "Todo aquele que vem a mim e ouve as minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha.... Mas o que ouve e não pratica é semelhante a um homem que edificou uma casa sobre a terra sem alicerces" (Lucas 6:47-49).

De modo especial, os evangelistas são construtores. Paulo escreveu aos coríntios: "Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele" (1 Coríntios 3:10). A estas palavras, contudo, ele acrescentou: "Porém, cada um veja como edifica".

O alicerce precisa estar certo. Desde o começo, Paulo minimizou a importância da sabedoria humana, a personalidade e o talento dos professores. Ele atingiu seu auge em 1 Coríntios 3:11. "Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo."

Os materiais precisam estar certos. "Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará" (1 Coríntios 3:12-13). Um templo de madeira, feno e palha pode ser construído rápido e barato. Apelos aos apetites carnais para comida de graça, recreação, divertimento, educação, etc., ajuntarão tais materiais em grandes quantidades. Aqueles que buscam materiais mais caros, limitando-se a pregar "Cristo, e este crucificado", parecerão ser lentos e improdutivos, mas o tempo dirá. Homens de fé não julgam nada "antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não somente trará a plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações e, então, cada um receberá o seu louvor da parte de Deus" (1 Coríntios 4:5).

A planta precisa estar certa. Paulo continua: "Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito" (1 Coríntios 4:6).

Alguns notáveis exemplos de construção fantasticamente rápida prenderam a atenção de cristãos em anos recentes. Conversões anuais às centenas, reuniões de milhares, ofertas em milhões e zelo sacrificial atingindo os remotos confins da terra levaram muitos observadores a imaginar se estaremos testemunhando um segundo Pentecostes.

Mas só números e publicidade não são prova de aprovação divina. Considere os mórmons, as Testemunhas de Jeová, a Igreja Universal do Reino de Deus e diversos outros ministérios e campanhas de falsos mestres. O mero fato que um projeto alegar ser bíblico não assegura que o procedimento estará em harmonia com a vontade de Deus.

Em numerosos casos de crescimento sensacional, não somente nos anos recentes mas nas últimas décadas, alguns princípios básicos das Escrituras têm sido descuidados, na ávida busca de resultados. Tal construção descuidada não está limitada àqueles que aceitam alguma determinada filosofia de "discipulado" ou "multiplicação". Por toda parte, todos nós precisamos das advertências do Espírito Santo nas Escrituras.

Que jamais fiquemos tão temerosos de enganos que cessamos de construir. Esse seria o maior engano de todos. Mas que nunca nos tornemos tão positivamente zelosos que reajamos desfavoravelmente à divina advertência: "Cada um veja como edifica".

-por Sewell Hall