Uma nova variante do coronavírus detectada na África do Sul parece estar se transformando rapidamente e se espalhando entre os pacientes mais jovens, anunciaram as autoridades na quinta-feira.
A nova variante - apelidada de B.1.1.529 por cientistas - foi detectada na África do Sul, Botswana e em um viajante sul-africano em Hong Kong, de acordo com o ministro da Saúde sul-africano, Joe Phaahla.
Phaahla disse em uma coletiva de imprensa online na quinta-feira que "nos últimos quatro ou cinco dias, houve um aumento mais exponencial" na variante.
Autoridades de saúde expressaram preocupação de que a variante possa resultar em evasão imunológica e maior transmissão do vírus, mas disseram que ainda é muito cedo para determinar seu impacto.
A nova variante tem uma “constelação” de novas mutações, segundo Túlio de Oliveira, da Rede de Vigilância Genômica da África do Sul, que tem a missão de rastrear a disseminação da variante no país. A nova variante até agora tem mais de 30 mutações.
O “número muito elevado de mutações é uma preocupação para a evasão imunológica e transmissibilidade prevista”, disse Oliveira.
“Podemos ver que a variante está potencialmente se espalhando muito rápido”, disse ele. “Esperamos começar a ver pressão no sistema de saúde nos próximos dias e semanas.”
Apenas 41% dos sul-africanos foram vacinados contra o vírus.
Uma equipe da Organização Mundial de Saúde deve se reunir na sexta-feira para determinar se a variante é significativa o suficiente para receber um nome do alfabeto grego.
Em resposta ao surto, o Reino Unido suspendeu viagens para seis países da região na quinta-feira: África do Sul, Namíbia, Lesoto, Botswana, Eswatini e Zimbábue serão suspensas no meio-dia de sexta-feira.
O secretário de saúde do Reino Unido, Sajid Javid, disse que havia preocupações de que a nova variante "pudesse ser mais transmissível" do que a cepa delta atualmente dominante.
“As vacinas que temos atualmente podem ser menos eficazes” contra ela, acrescentou.
Com Post Wires