Estudo bíblico sobre obediência Esboços de Pregações-Obreiros Malditos

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Estudo bíblico sobre obediência Esboços de Pregações-Obreiros Malditos

Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (Jeremias 48:10). Quando passei por este versículo na minha leitura diária, parei para refletir. 

Pesquisei um pouco mais e vi que outras versões falam de fazer a obra com negligência ou de maneira fraudulenta. 

O sentido é de não ser honesto e diligente no trabalho do Senhor. 

O Senhor condena o engano, a hipocrisia, a preguiça e a falta de zelo no serviço a ele.

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Vamos considerar este versículo e outras passagens que comunicam o mesmo princípio.

O Contexto de Jeremias 48

Este capítulo está no meio de uma série de profecias contra as nações pagãs. 

Deus explica seus motivos e planos para castigar nações como Egito, Filístia, Amom, Edom, Babilônia e outras.

 No capítulo 48, o país condenado é Moabe. 

Os moabitas eram descendentes de Ló e, por isso, parentes dos israelitas. 

Mas a sua longa história de desrespeito para com Deus levou este povo a receber a condenação do Senhor. 

Como Deus tem feito muitas vezes com outros povos e nações, ele decidiu usar mãos humanas para punir os moabitas. 


Os homens usados para executar a sentença seriam instrumentos de Deus, vingadores escolhidos pelo Senhor. 

Assim, entendemos o versículo 10 inteiro: “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente! Maldito aquele que retém a sua espada do sangue!” Deus chamou homens para castigar os moabitas, e falou que seriam malditos se não cumprissem sua tarefa com diligência.

A Missão dos Servos Atuais

Hoje, a missão dos servos de Deus não é aniquilar os rebeldes: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito:

 A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor” (Romanos 12:18-19).

Deus tem dado aos servos dele, nos dias de hoje, uma missão de misericórdia e amor. 

Nós devemos anunciar as boas novas que oferecem a salvação aos homens perdidos, para que possam evitar a condenação eterna e participar do privilégio da comunhão eterna com Deus.
Esboços de Pregações-Obreiros Malditos.

Os Obreiros no Novo Testamento

É interessante e triste observar como as descrições mais simples e humildes podem ser distorcidas pelos homens para criar cargas de importância nas igrejas.

 Algumas palavras são tão simples que seria difícil compreendê-las de forma errada, mas muitos religiosos conseguem!

Considere alguns exemplos do Novo Testamento, em contraste com os abusos dos dias atuais. 

A palavra ministro significa servo, e ministério significa serviço. Mas muitas igrejas usam tais palavras como títulos para engrandecer pessoas (colocando servos acima dos irmãos que devem ser servidos) e trabalhos (a palavra ministério assumiu, no entendimento de muitos, a idéia de alguma obra ou até organização de destaque). 

Precisamos aprender que ministrar quer dizer servir. 

Ao invés de pensar em subir para uma carga de liderança e domínio sobre outros, deve lembrar-se do exemplo de Jesus quando ele pegou uma toalha e uma bacia de água e lavou os pés dos apóstolos.

 Do mesmo modo, as palavras traduzidas obreiro no Novo Testamento significam trabalhador, às vezes destacando a idéia do trabalho árduo e cansativo. 

Evangelistas são obreiros (2 Timóteo 2:15), não no sentido de serem líderes ou dominadores de igrejas, mas no sentido de trabalharem para pregar o evangelho de Jesus.

No Antigo Testamento e nas religiões pagãs, existiam classes de sacerdotes especiais. Mas no Novo Testamento, todos os cristãos são sacerdotes (1 Pedro 2:5,9). 

No contexto de uma congregação local, alguns serão escolhidos como pastores (chamados, também, de presbíteros ou bispos – Atos 20:17,28). Estes homens especialmente qualificados (cf. 1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9) guiarão, mas não deverão dominar o rebanho (1 Pedro 5:1-3). 

Cada discípulo – cada sacerdote – mantém a comunhão com Deus e não depende de mediador humano para servir ao Senhor.

Nas tentativas persistentes de implantar ou manter um sacerdócio especial nas igrejas hoje, até a simples palavra obreiro tem sido abusada. 

Em algumas igrejas, “obreiro” se tornou um título oficial para destacar alguns irmãos acima dos outros. 

Ao invés de reconhecer que todos nós devemos ser obreiros e cooperadores, algumas igrejas já chegaram ao ponto de nomear “O Obreiro” ou “Nosso Obreiro”, assim destacando uma pessoa como líder da congregação. 

Neste conceito errado de liderança, alguns discípulos acreditam que “O Obreiro” ocupe uma posição abaixo de Jesus mas acima do rebanho, exercendo autoridade para governar e tomar decisões pela congregação.

Para defender tal autoridade de pregadores ou evangelistas, alguns buscam alguma base no Novo Testamento. 

Vamos examinar alguns versículos que são usados para justificar este sistema anti-bíblico de liderança de igrejas:

Tito 2:15 – Paulo disse ao evangelista Tito: “Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. 

Ninguém te despreze.” 

O trabalho de qualquer evangelista é pregar a palavra, que ele faz com a autoridade da própria palavra (cf. 2 Timóteo 4:1-5). 

Usando a palavra de Deus, que tem a autoridade divina, um evangelista ensina, edifica, repreende e põe em ordem as coisas que faltam nas igrejas onde ele prega (Efésios 4:11-14; Tito 1:5). 

A autoridade está na palavra que ele prega, não numa posição de domínio sobre a congregação.

1 Coríntios 16:15-16 – Depois de comentar sobre a fidelidade da família de Estéfanas no serviço dos santos, Paulo disse aos coríntios: “que também vos sujeiteis a esses tais, como também a todo aquele que é cooperador e obreiro”.

 Se tivesse alguma passagem que usasse as palavras “cooperador” ou “obreiro” como títulos de distinção, daria para entender uma certa autoridade aqui. 

Mas a realidade é que todos os cristãos devem trabalhar, e todos devem ser sujeitos uns aos outros (Efésios 5:21; Romanos 12:10,16). Devemos ajudar e apoiar aqueles que servem ao Senhor, sejam evangelistas ou outros servos e servas (3 João 5-8; Romanos 16:1-2).

Hebreus 13:17 – O autor já falou de guias do passado (13:7), e agora fala sobre guias vivos: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma...”.

 Este versículo tem sido muito mal aplicado para justificar muitos abusos em igrejas. 

Conforme o Novo Testamento, os homens autorizados por Deus para guiar o rebanho são os bispos, homens escolhidos na base de qualificações rigorosas (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). 

Não temos direito de usar este versículo para justificar autoridade de evangelistas, “discipuladores”, etc. 

Mesmo quando se trata de bispos, este versículo não lhes dá autoridade absoluta (cf. 1 Pedro 5:3). 

A palavra traduzida “obedecei” em Hebreus 13:17 significa “sejam persuadidos”. 

Como ovelhas submissas, devemos permitir que os bispos nos mostrem os motivos, segundo a vontade de Deus, para fazer o que eles indicam.

Quem São os Obreiros Hoje?

Depois de considerar vários trechos do Novo Testamento e o significado da palavra “obreiro”, fica fácil entender a aplicação hoje. Todos os cristãos fiéis devem trabalhar incansavelmente. 

Todos os discípulos de Cristo são obreiros, cooperadores no trabalho dele. Uma vez que compreendemos o sacerdócio de todos os cidadãos do reino de Cristo, entendemos que todos são obreiros.

Obreiros Malditos ou Abençoados?

A gora vamos voltar ao tema deste estudo. 

O perigo de ser obreiros malditos não é apenas um problema de pastores e evangelistas.

 É um perigo que todos os cristãos enfrentam! Se formos negligentes, desonestos ou preguiçosos no nosso serviço a Deus, seremos condenados por ele.

O que, então, Deus quer dos servos dele hoje? Seria fácil fazer uma lista de obrigações principais, no mesmo estilo dos fariseus da época de Jesus, para identificar os servos diligentes e fiéis. 

Mas a verdadeira resposta não é tão fácil.

Jesus orientou os apóstolos a ensinarem os discípulos a “guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:19-10).

Em outra ocasião, ele disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15). 

O verdadeiro discípulo é conhecido pela sua obediência. 

O apóstolo João disse que sabemos que temos conhecido Cristo por isto: “se guardamos os seus mandamentos” (1 João 2:3).

Certamente seria mais fácil se tivéssemos uma lista de cinco ou dez itens essenciais, alguns atos externos e visíveis que garantiriam a nossa fidelidade como servos.

 Muitos homens têm feito tais listas, ou oficial ou informalmente. Freqüentemente frisam questões como ofertas, freqüência nas reuniões da igreja, cotas e metas para a evangelização pessoal e a abstinência de determinados vícios e hábitos.
 
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Podem acrescentar exigências em termos de roupas, saudações especiais, etc.

Nosso comportamento, vestimenta e participação ativa da igreja do Senhor certamente devem refletir a determinação de ser obreiros aprovados.

 Mas, Jesus não abordou a questão com uma simples lista de coisas que se deve ou não se deve fazer. 

A abordagem dele é mais exigente. 

Ele quer um coração voltado a ele, e sabe que a pessoa assim dedicada ao Senhor buscará muito mais do que meras regras e normas de comportamento. 

O verdadeiro obreiro buscará compreender e absorver a mente do Senhor, deixando até seus pensamentos mais íntimos serem guiados pela vontade de Deus.

E esta busca não será fácil.

 Teremos que conhecer bem a palavra de Deus, dando prioridade ao estudo cuidadoso das Escrituras. 

E com o conhecimento vem a responsabilidade de aplicar o que aprendemos: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tiago 1:22). 

Os servos fiéis não apenas seguem listas de regras, procuram andar como imitadores de Deus (Efésios 5:1). 

Como Jesus reflete a plena perfeição do Pai, os discípulos devem refletir a plenitude de Cristo (Colossenses 1:19; 2:9; Efésios 1:23; 3:19; 4:13).

Escolhemos entre dois caminhos. 

Podemos ser preguiçosos e negligentes, ou podemos nos esforçar como servos diligentes e dedicados. 

O primeiro caminho leva à maldição eterna. 

O segundo leva à bênção da comunhão eterna com Deus.
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–por Dennis Allan


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