O Mundanismo da Preocupação.
Ansiedade por coisas e circunstâncias é uma fraqueza da qual nos rimos. Ela parece uma coisa tão própria da criatura, um exercício eminentemente humano. Mas Jesus não trata ligeiramente dessa ansiedade.
A preocupação é vista, na perspectiva divina, como uma forma sutil, mas real, de mundanismo e o Senhor a trata sob o título de materialismo. Algumas pessoas aspiram a ter riqueza, enquanto outras estão sob o terror da pobreza. Ambos os grupos são igualmente ocupados com coisas. Em Mateus 6:25-34, Jesus adverte seus discípulos que a ansiedade por coisas representa tão grande ameaça à devoção a Deus de todo o coração quanto a cobiça (veja Lucas 12:13-31, onde o Senhor de novo associa as duas).
Este é um fato com o qual muitos de nós tardamos em tratar. Temos vivido muito comodamente com ataques regulares de histeria por suspeita de alguma futura privação. Aos nossos temores, como efetivamente às nossas paixões, tem sido permitido consumir nossas energias, dominar nossas vidas e furtar nossos corações. Satanás pouco se interessa se estamos consumidos pela ganância ou obsessos pela preocupação, desde que nossas mentes estejam postas em coisas, em vez de em Deus. As conseqüências de tal mundana ansiedade não são só espiritualmente lamentáveis, elas podem ser fatais.
"Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber" (Mateus 6:25). Três vezes, nesta parte do Sermão, Jesus ordena aos seus ouvintes que não estejam aflitos e preocupados pelas coisas necessárias a sustentar sua vida presente: alimento, bebida e roupas (6:25,31,34). Sua advertência, tornada mais urgente pela repetição, tem a intenção de alertar-nos contra o perigo real que uma impaciência demasiada sobre as "necessidades da vida" representa para nós.
O "por isso" do Senhor, no versículo 25, torna claro que ele está continuando a tratar do tema "Deus X coisas", e que as instruções que se seguem se apoiam sobre a verdade que os homens não podem servir a Deus aceitavelmente, com um coração dividido (6:24). Por esta razão, torna-se ainda mais interessante notar que a palavra grega (merimnate) traduzida como "andeis ansiosos" vem de uma raiz (meridzo) que sugere ser puxado em duas direções, distraído, e, portanto, ansioso, perturbado. Lucas usa esta mesma palavra para relatar a descrição de Jesus do estado da alma de Marta, quando muito ocupada com seus deveres na cozinha (10:41), e Mateus a usa quando registrando a explicação do Senhor do terreno espinhoso, na parábola do Semeador, como aqueles cujas vidas tenham sido afogadas "pelos cuidados [merimna] do mundo" (13:22). Deus e sua vontade são inevitavelmente retirados do coração daqueles que vivem em constante temor de que possam a qualquer momento ser privados das necessidades da vida.
Temos ainda que entender que, como em sua advertência sobre a acumulação dos bens deste mundo, Jesus pretende, por sua proibição da ansiedade, levantar a questão sobre onde deve ser posta a confiança de uma pessoa, e não, proibir um esforço consciente para ganhar a vida. Trabalhar como um meio de ganhar o sustento não só é tolerado pelas Escrituras, é ordenado (Efésios 4:28) e os preguiçosos não são tratados gentilmente (Provérbios 6:6-11; 24:30-34; Eclesiastes 4:5). Não há nada espiritual com a indolência. "Se alguém não quer trabalhar", escreveu Paulo, "também não coma" (2 Tessalonicenses 3:10).
Ansiedade por coisas e circunstâncias é uma fraqueza da qual nos rimos. Ela parece uma coisa tão própria da criatura, um exercício eminentemente humano. Mas Jesus não trata ligeiramente dessa ansiedade.
A preocupação é vista, na perspectiva divina, como uma forma sutil, mas real, de mundanismo e o Senhor a trata sob o título de materialismo. Algumas pessoas aspiram a ter riqueza, enquanto outras estão sob o terror da pobreza. Ambos os grupos são igualmente ocupados com coisas. Em Mateus 6:25-34, Jesus adverte seus discípulos que a ansiedade por coisas representa tão grande ameaça à devoção a Deus de todo o coração quanto a cobiça (veja Lucas 12:13-31, onde o Senhor de novo associa as duas).
Este é um fato com o qual muitos de nós tardamos em tratar. Temos vivido muito comodamente com ataques regulares de histeria por suspeita de alguma futura privação. Aos nossos temores, como efetivamente às nossas paixões, tem sido permitido consumir nossas energias, dominar nossas vidas e furtar nossos corações. Satanás pouco se interessa se estamos consumidos pela ganância ou obsessos pela preocupação, desde que nossas mentes estejam postas em coisas, em vez de em Deus. As conseqüências de tal mundana ansiedade não são só espiritualmente lamentáveis, elas podem ser fatais.
"Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber" (Mateus 6:25). Três vezes, nesta parte do Sermão, Jesus ordena aos seus ouvintes que não estejam aflitos e preocupados pelas coisas necessárias a sustentar sua vida presente: alimento, bebida e roupas (6:25,31,34). Sua advertência, tornada mais urgente pela repetição, tem a intenção de alertar-nos contra o perigo real que uma impaciência demasiada sobre as "necessidades da vida" representa para nós.
Temos ainda que entender que, como em sua advertência sobre a acumulação dos bens deste mundo, Jesus pretende, por sua proibição da ansiedade, levantar a questão sobre onde deve ser posta a confiança de uma pessoa, e não, proibir um esforço consciente para ganhar a vida. Trabalhar como um meio de ganhar o sustento não só é tolerado pelas Escrituras, é ordenado (Efésios 4:28) e os preguiçosos não são tratados gentilmente (Provérbios 6:6-11; 24:30-34; Eclesiastes 4:5). Não há nada espiritual com a indolência. "Se alguém não quer trabalhar", escreveu Paulo, "também não coma" (2 Tessalonicenses 3:10).
Esta advertência, então, não é dirigida ao previdente cuidado de um marido ou pai consciencioso em prover para as futuras necessidades de sua família (1 Timóteo 5:8; 2 Coríntios 12:14). Não há, certamente, intenção de desaprovar a carga do cuidado que o cristão sente por seus irmãos (2 Coríntios 12:25; 11:28; Filipenses 2:20) ou pelas "cousas do Senhor" (1 Coríntios 7:32). O que o Senhor atinge aqui é o investimento dos cuidados primários de uma pessoa em como se manter respirando e os insensatos temores associados com isso.
Que Jesus está primariamente interessado com a escolha entre o mundo e o reino é evidenciado pelo contexto global de sua advertência sobre a preocupação. O pensamento que começa com "Não andeis ansiosos pela vossa vida", no versículo 25, não é completado antes do versículo 33: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino . . ." Esta é a mesma construção "não . . . mas . . ." que o Senhor usou em João 6:27, quando insistindo no mesmo ponto:
"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna . . ." Aqui, como em Mateus, a intenção do grande Mestre não é exigir absoluta abstenção de uma e a exclusiva busca da outra. Ele está simplesmente nos desafiando a decidir o que terá o lugar mais alto em nossos corações: comida, bebida e vestimenta ou a justiça do governo do céu, ou seja, o que perece ou o que permanece. Deus tem que ser sempre o primeiro amor daqueles que escolhem o segundo.
Até aqui, neste sermão, Jesus tem deixado claro que podemos perder a eternidade pela avareza, ou podemos ser privados dela pelo temor ansioso. Dada a conseqüência de ambos, um desses caminhos parece tão repreensível quanto o outro.
Que Jesus está primariamente interessado com a escolha entre o mundo e o reino é evidenciado pelo contexto global de sua advertência sobre a preocupação. O pensamento que começa com "Não andeis ansiosos pela vossa vida", no versículo 25, não é completado antes do versículo 33: "Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino . . ." Esta é a mesma construção "não . . . mas . . ." que o Senhor usou em João 6:27, quando insistindo no mesmo ponto:
"Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna . . ." Aqui, como em Mateus, a intenção do grande Mestre não é exigir absoluta abstenção de uma e a exclusiva busca da outra. Ele está simplesmente nos desafiando a decidir o que terá o lugar mais alto em nossos corações: comida, bebida e vestimenta ou a justiça do governo do céu, ou seja, o que perece ou o que permanece. Deus tem que ser sempre o primeiro amor daqueles que escolhem o segundo.
Até aqui, neste sermão, Jesus tem deixado claro que podemos perder a eternidade pela avareza, ou podemos ser privados dela pelo temor ansioso. Dada a conseqüência de ambos, um desses caminhos parece tão repreensível quanto o outro.
Tags:
ESTUDO BIBLICO