As taxas de desnutrição e de doenças estão aumentando na Coreia do Norte, que teve metade da colheita que esperava, alertaram as Federações Internacionais da Cruz Vermelha e as Sociedades do Crescente Vermelho (IFRC) nesta quinta-feira.
Agências humanitárias globais, assim como a mídia estatal norte-coreana, vêm alertando que problemas climáticos, que causam secas e inundações, e a falta de acesso a recursos podem provocar uma crise alimentar em um país sujeito a sanções internacionais rígidas devido à busca do líder Kim Jong Un por armas nucleares e mísseis balísticos.
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“Já estamos vendo os impactos desta seca sobre pessoas vulneráveis”, disse Mohamed Babiker, chefe do escritório do IFRC na Coreia do Norte, em um comunicado. “As taxas de desnutrição e de doenças transmitidas pela água, como diarreia e colite, estão em ascensão”.
Depois que uma avaliação feita em maio concluiu que a colheita deste ano seria de menos da metade do que deveria ser, o IFRC gastou o equivalente a 253.787 dólares no envio de bombas de água portáteis, que conseguiram dobrar o rendimento das lavouras nas áreas visadas, disse a organização.
“Bombas de água e suprimentos de irrigação podem fazer uma diferença significativa”, disse Babiker, pedindo 479.284 dólares adicionais para mais implementos agrícolas e de saneamento.
A Coreia do Norte aumentou a importação de fertilizantes e de produtos alimentícios no ano passado, de acordo com dados da indústria compilados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Mas o Centro de Estudos de Defesa Avançados (C4ADS), um centro de pesquisa sediado em Washington, documentou em um relatório divulgado nesta semana como a Coreia do Norte também continua importando milhões de dólares em bens de luxo, incluindo ao menos duas limusines blindadas avaliadas em 500 mil dólares cada.
A agência de inteligência da Coreia do Sul informou os parlamentares nesta quinta-feira que a seca abalou a economia norte-coreana, já presa de dificuldades como déficits comerciais crescentes, carência de moeda estrangeira e uma falta de fundos cada vez maior resultante das sanções.
As chuvas diminuíram em mais de 30% na Coreia do Norte neste ano na comparação com 2018, e há sinais de deterioração na situação alimentar, segundo Lee Eun-jae, um dos parlamentares informados pela agência de espionagem.
A Coreia do Sul disse que doará 4,5 milhões de dólares ao Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) e que fornecerá 50 mil toneladas de arroz para serem entregues ao vizinho do norte.
Fonte: Reuters
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